Texturas: qual é a relevância para os games?

Indubitavelmente, muitos dos gamers já se depararam com a situação a seguir:

  • Joãozinho: Os gráficos deste jogo são alucinantes!
  • Luizinho: Por quê?
  • Joãozinho: Como assim? É só olhar pra ele, tá na cara que são excelentes!
  • Luizinho: Mas por que você está dizendo isso?
  • Joãozinho: Ah, sei lá... Olha aí, eles são muito bonitos!
Podem existir várias razões para que Joãozinho considere os gráficos de um determinado título particularmente atraentes, mas hoje vamos tratar daquelas que podem ser as grandes responsáveis: as texturas. Mais especificamente, texturas em mídias visuais – ainda mais especificamente, em games 3D – e não aquelas que podem ser sentidas com o tato.

O que são?

Texturas são basicamente imagens, que servem de superfície para modelos. O que isto quer dizer? Basicamente, que elas são responsáveis por dar o visual esperado a determinados elementos que, de outra forma, talvez não fossem reconhecidos como o que se pretende mostrar. Um exemplo para esclarecer, de uma imagem de Marco Melantonio, do ZbrushCentral (clique para ampliá-la):

Pelado e com roupa?

Como podem ver, sem as texturas o que sobra é apenas o modelo em 3D do Homem-Aranha, completamente desprovido das características cores de seu uniforme – e sem nenhuma diferenciação entre os diferentes materiais que o compõem, inclusive a teia. Só por aí já dá para ver como estes elementos gráficos são essenciais para os games.

Por si só, elas podem definir o grau de clareza e o quanto os visuais de um jogo são agradáveis. Texturas ruins podem resultar em gráficos que dão a impressão de estar borrados ou ultrapassados em tecnologia. Em casos extremos, podem até mesmo tornar difícil o entendimento do que exatamente é aquele item.



Onde são encontradas?

Em tudo. Cenários, personagens, itens... enfim, tudo o que se vê na tela possui texturas para dar a aparência de um determinado ser ou objeto ao que seria, de outra forma, apenas um modelo. Isto pode ser percebido facilmente nas selvas de Crysis, no qual as texturas ajudam a discernir cada planta – se não existissem, todas as folhas se confundiriam e seria extremamente difícil identificá-las separadamente.



A evolução

Atualmente, as plataformas são capazes de gerar imagens com muitos detalhes, o que permite que as texturas sejam muito bem trabalhadas. Mas nem sempre foi assim. A quantidade de texturas e seu detalhamento são diretamente proporcionais à capacidade dos sistemas que rodam jogos, o que fez com que elas fossem um dos aspectos que mais evoluiu nos video games.

Veja a diferença entre as texturas a seguir, por exemplo:

Texturas simples

Super Mario 64 era visualmente impressionante para a época, mas suas texturas não eram lá essas coisas. Na imagem acima, você sabe que a árvore é uma árvore e não o chão, mas você não poderia dizer qual espécie de árvore é. Da mesma forma, você consegue discernir que o chão é chão, mas o máximo que conseguirá extrair é que uma parte dele parece mais com areia e a outra com grama – além disso, nada feito.

Texturas complexas

Já nesta imagem de Crysis, você consegue saber que o chão é terra e, se entender de botânica, poderá até mesmo discernir que tipo de plantas estão presentes na tela. Da mesma forma, diferentes tratamentos das imagens podem dar uma sensação de profundidade, como pode ser notado logo acima do inimigo que está atirando no protagonista. Já na imagem de Mario 64 mostrada acima, a cachoeira parece estar no mesmo plano do castelo.

Beleza não é tudo

Estas talvez sejam as funções principais das texturas. Afinal de contas, desde que ele era formado por poucos pixels nós podíamos perceber que Mario usava um macacão e boina. No entanto, só após a evolução das plataformas é que pudemos distinguir os botões amarelos segurando o macacão e o M na boina. Detalhes, mas que enriquecem a experiência.

Além disso, algumas vezes seria difícil reconhecer determinados inimigos se não houvessem texturas. Imagine a imagem abaixo sem elas, como reconhecer um Smoker no meio de outros tantos zumbis em Left 4 Dead? Talvez ao fazê-lo já fosse tarde demais. Neste sentido, as texturas têm a capacidade de tornar cada elemento único, destacando-o dos demais.

Sem texturas, como saber se há ou não um smoker aqui?

Por fim, elas podem até mesmo influenciar a própria jogabilidade. No World of Warcraft, por exemplo, muitos dos itens com os quais o jogador pode interagir no mundo de jogo têm faíscas em volta de si. Se elas não existissem, talvez você os ignorasse completamente, inconsciente de que são o que são.

Essencial

Como você pode ver, texturas são uma parte crucial dos games, sem as quais a maioria dos títulos se tornaria praticamente impossível de jogar – ou, caso contrário, não seriam nada divertidos e muito frustrantes visualmente. Mas agora você já sabe como explicar uma possível solução para a discussão entre o Joãozinho e o Luizinho.

Fica aqui um convite final: faça um exercício mental de imaginar o seu game favorito sem texturas, apenas com os modelos crus. Tenho certeza de que os resultados serão bastante impressionantes.

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